Quando falamos sobre inovação, existe a tendência de focarmos os avanços tecnológicos ou, quando muito, a melhoria da produtividade que essa inovação pode nos oferecer. No entanto, ela traz consequências sociais, educacionais e até mesmo trabalhistas. Encontramos uma amostra dessa tendência nos nativos digitais e nas mudanças que eles estão provocando no ambiente corporativo.
Atualmente, como a grande maioria desses nativos ainda está na faculdade ou no colégio, existe um intenso debate sobre os métodos e a forma de educação para eles, já que muitos dominam as novas ferramentas tecnológicas melhor que seus próprios professores. Mas se dermos um passo além, o que acontecerá nos próximos anos quando esses estudantes entrarem para o mercado de trabalho? As empresas estão preparadas para aproveitar o potencial desse novo tipo de profissional?
Nas organizações em que eles já estão atuando, podem-se notar características diferentes: a percepção da privacidade mudou, pois em muitos casos a identidade pessoal está ligada à informação digital (uso de redes sociais) ; a forma como realizam seu aprendizado é mais ágil e normalmente online, por isso não entendem o ambiente de travalho sem as ferramentas colaborativas (chat, p2p, blogs, fóruns, wikis, etc); buscam e precisam de mais autonomia e, por último, contam com um sistema diferente de valores, com mais ênfase na colaboração e na inovação, mas também visando uma maior capacidade de mobilidade.
Muitas empresas ainda estão criando sua identidade corporativa na rede ou, no caso das mais avançadas, adaptando-se à chamada web 2.0. No entanto, não podem ficar limitadas a isso, já que devem enfrentar mudanças (motivadas pelas tecnologias de última geração e pelos novos colaboradores), tanto em nível organizacional quanto no técnico, para não ficarem ancoradas no passado e perderem a competitividade.
Vamos focar, neste momento, o plano organizacional. Há que se adaptar a mentalidade e a filosofia corporativa: as empresas devem se posicionar mais como redes e menos como hierarquias para aproveitar as melhores características desse novo trabalhador. Um exemplo pode ser encontrado nos processos de contratação.
As redes sociais passam a ter um papel fundamental na seleção de talentos e é nesse ambiente que devm se mostrar atraentes aos olhos dos novos trabalhadores. Deve-se adotar um modelo de "empresa 2.0", criando um diálogo entre direção, trabalhadores e clientes. O objetivo é criar uma comunidade, na qual a empresa se apresenta a seus futuros funcionários, assim como a seus possíveis novos clientes.
Considerando as mudanças educacionais e trabalhistas que os nativos digitais estão causando, as empresas têm de se atualizar e lutar para diminuir a defasagem que existe entre o uso das últimas tecnologias por parte dessa nova geração e o modo de trabalho mais tradicional, uma diferença que repercute na eficiência de todos os trabalhadores.
Matéria da Tabatha Dutra, gerente responsável por RH da Everis Brasil, publicada na Revista Melhor Gestão de Pessoas n° 267 (fevereiro - 2010).
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
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Oi, Tati, td bem? Primeiro, parabéns pela iniciativa de criar um blog. Espero que sirva de aprendizado e troca de ideias para vc! Sobre a questão dos funcionários 2.0, um dos grandes problemas é que as empresas não estão preparadas internamente para lidar com esse tipo de profissional que gera conteúdo. E por que não aproveitar esse material humano, esse capital humano de dentro da empresa para advogar positivamente sobre a marca? Basta ter uma boa política interna de conduta nas redes sociais e ser feliz! Para isso, existem profissionais de RP especializados em desenhar tal ação, agências, consultorias, etc. Beijos, Carol Terra (http://meadiciona.com/carolterra)
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